No ano que antecede o momento que a ONU
estipulou como meta para o cumprimento dos Objectivos de Desenvolvimento do
Milénio (ODM) e em que as economias mais ricas do planeta parecem começar a
sair da crise, o Ciclo “Instituições, Cidadania & Desenvolvimento”
promove um conjunto de iniciativas que visam debater o papel das instituições e
da cidadania no bem-estar económico e social.
Num mundo em que as fronteiras entre
espaços em desenvolvimento e desenvolvidos se redefinem, o debate contemplará,
por um lado, a reflexão sobre o próprio entendimento de desenvolvimento e da
importância dos valores e da cultura para o mesmo. Por outro, discutirá
aspectos estratégicos do mundo contemporâneo, como as migrações, as dinâmicas
demográficas, a língua, a criatividade e as práticas de cidadania, e o seu
contributo para o “desenvolvimento” enquanto processo que conduz ao
melhoramento do bem-estar da população local, de uma nação ou de uma região, a
nível individual e colectivo, na criação de maior riqueza, de condições de
maior equidade social e de maior respeito pelos direitos humanos.
Todas as sociedades enfrentam hoje grandes
e múltiplos desafios. As ameaças à segurança alimentar, ao fornecimento de
energia; as alterações climáticas; as deslocações em massa de populações, de
forma voluntária ou involuntária; a crescente incapacidade por parte dos
Estados de fazer face aos movimentos de capitais; etc., são apenas alguns dos
desafios que comprometem o desenvolvimento enquanto processo criativo visando o
bem colectivo. Por outro lado, os importantes progressos alcançados no que
respeita ao acesso de todos à educação, o sucesso da adopção mundial de
tecnologias de informação e comunicação ou o crescimento exponencial da
participação nas redes sociais, podem ser oportunidades para potenciar a
criatividade, a riqueza e o bem-estar individual e colectivo.
A reflexão aprofundada sobre o
desenvolvimento a partir destes aspectos estratégicos revela-se de grande importância,
não só porque os ODM foram apenas parcialmente cumpridos, e a crise das
economias ricas está ainda longe de debelada, mas também porque assistimos
hoje, à escala internacional, a um conjunto de debates com vista à definição
da(s) agenda(s) pós-2015 em que todos temos interesse em participar.
A Universidade pode assumir um papel
relevante na dinamização e qualificação do debate público nos mais diversos
sectores, pelo que se pretende não só aprofundar a discussão académica, como
alargar a reflexão a outros conjuntos de actores e agentes, como sejam os
municípios, as organizações não-governamentais para o desenvolvimento, as
organizações religiosas, as empresas e os mass media.
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